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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Morre heroína australiana da Segunda Guerra Mundial

Uma das mulheres mais condecoradas

pelos Aliados, Nancy Wake foi apelidada

de "rato branco" pela polícia secreta nazista


Nancy Wake, em foto de 1945
Foto: AP
A australiana Nancy Wake, uma das mulheres mais condecoradas pelos Aliados por seu papel na resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial, morreu neste domingo em Londres, aos 98 anos.

Nancy morreu em um abrigo para idosos, de acordo com a primeira-ministra australiana, Julia Gillard.

"Ela foi uma mulher de coragem e recursos excepcionais que ajudou a salvar as vidas de centenas de combatentes dos Aliados e ajudou a pôr fim na ocupação da França pelos nazistas", afirmou a premiê.

Nascida em 30 de agosto de 1912, em Wellington, na Nova Zelândia, Nancy tinha apenas dois anos quando se mudou para Sydney, na Austrália.

Após estudar jornalismo em Londres, ela se tornou correspondente do jornal americano Chicago Tribune em Paris e fez reportagens sobre a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha.

Uma viagem para Viena para entrevistar Hitler, em 1933, a motivou a entrar para a luta contra nazistas.

"Vi as coisas horríveis que ele estava fazendo com as pessoas, especialmente com os judeus", afirmou, em entrevista à TV australiana em 1985. "Achei revoltante."

Quando a Segunda Guerra começou, em 1939, ela vivia na cidade de Marselha, na França, e ajudou judeus a escapar das forças alemãs que ocuparam o país.

Após fugir para o Reino Unido, recebeu treinamento em espionagem pelas forças especiais britânicas antes de retornar para a França e trabalhar nos preparativos do Dia D, o desembarque Aliado na Normandia em junho de 1944.

Por ter escapado diversas vezes da Gestapo, a polícia secreta nazista, ela foi apelidada de "rato branco" e chegou ao topo da lista de procurados. "Toda vez que fechavam o cerco contra Nancy, ela escapava de novo", afirmou Peter FitzSimons, seu biógrafo, à Associated Press.

Quando a guerra acabou, Nancy descobriu que seu marido, o empresário francês Henri Fiocca, tinha sido torturado e executado pela Gestapo em 1943. Ela continuou trabalhando para a inteligência britânica até 1957, quando se mudou para a Austrália e casou com o piloto australiano John Forward. Em 2001, após a morte do segundo marido, decidiu voltar para Londres.

Wake foi condecorada pela França com o maior reconhecimento militar, a "Legião de Honra", por sua atividade na resistência francesa, além de receber três medalhas da "Cruz de Guerra" e a "Medalla da Resistencia".

Também recebeu a "Medalla George" do Reino Unido, a "Medalha da Liberdade" dos Estados Unidos e, em 2006, a "Insígnia RSA" da Nova Zelândia.

O corpo deve ser cremado e as cinzas espalhadas em Montlucon, centro da França.

Com AP, AFP e EFE. Fonte: IG

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